Quando me falam em filhos, tenho sempre uma posição defensiva e que muitos, podem até achar fria. A verdade é que não sinto qualquer vontade de os ter, falam-me do relógio biológico e eu acho que o meu, ou deve estar sem pilhas ou então nasci sem ele. Dizem-me que é da idade, no entanto oiço pessoas da mesma faixa etária a mostrar desejo em ter um filho, pessoas mais novas a falarem sobre o assunto... Comigo, isso não se passa. Gosto imenso de bebés, sou louca por crianças e geralmente, sinto que a maioria delas desenvolve facilmente uma grande simpatia comigo, e eu com elas. Contudo, não sinto aquela coisa de ter um filho. Não sinto que, nos dias que correm, o mundo seja um lugar fabuloso e repleto de coisas boas, pronto a brindar-nos com felicidade. Talvez seja uma visão pessimista e egoísta da minha parte, mas é exactamente o que penso.
Um filho é um ser que, invariavelmente, vai sempre depender de nós. É uma criatura à qual devemos amor eterno, carinho, devoção, respeito e protecção. É uma pessoa que nos vai mostrar que o amor é muito para além do que conhecemos. Suponho que vá muito para além do amor que temos pelos nossos pais, irmãos ou avós, não terá certamente nada a ver com o amor que sentimos pela pessoa com quem dividimos a vida, muito menos com o amor que sentimos pelos nossos amigos. Um filho é amor da cabeça aos pés, é a nossa pele, o nosso sangue, a nossa carne! E perder isso deve ser a maior e pior luta que alguém terá que travar na sua vida. Deve ser uma dor impensável, desmedida e imensurável... Capaz de nos corroer e nos matar lentamente, a pouco e pouco, todos os dias.
RIP André Sousa Bessa.
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